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RUAS DESERTAS


A noite cai,fecho a porta de casa e saio para as ruas da cidade,por elas me perco,em viagens sem fim,ruas vazias,e sem vida,desertas de alma e de sonhos.
Gente quem se cruza por mim,sem que eu note,olhares vazios que se cruzam,sem nada deixarem,vozes que chegam até mim sem as reconhecer.
Nestas ruas que vou cruzando,nada me desperta deste vazio que me consome e me devora lentamente.
Demorei a descobrir,que afinal eras tu quem enchia a minha vida,quem nestas ruas vazias,as enchia de vida e de sons,que eram as tuas gargalhadas na noite,que coloriam  o meu rosto,o teu olhar que me enchia de sonhos e de desejos,de mãos dadas por estas ruas,agora desertas,construíamos Mundos cheios de vida.
Partiste um dia,como tudo na minha vida,que um dia parte e não volta,ficou a raiva,depois a tristeza,seguido do conformismo,e agora só o negro da noite,o vazio dentro de mim,tal como as ruas que vou percorrendo sem fim.
Foram noites e noites de caminhos sem fim,sempre a espera de te ver no fim da rua,e tu nunca chegaste,a madrugada chegava e eu recolhia a casa,para mais um dia fechado no quarto á espera da noite,á espera da hora em que fechava a porta de casa.
Hoje não quero voltar,fechei a porta a chave,não vou voltar,vou caminhar nestas ruas até encontrar o sorriso,o olhar que me devolva o sonho que quero viver.

J.C.

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